As
Autarquias Locais sempre estiveram na primeira linha do apoio aos cidadãos,
contribuindo para o desenvolvimento e para a melhoria da qualidade de vida das
populações. Sempre foram um factor de coesão territorial, de coesão social e de
promoção da igualdade de oportunidades. Em muitas ocasiões, demasiadas mas com
melhores resultados, as Autarquias Locais substituíram-se à Administração
Central na prestação de serviços educativos, na concretização de respostas de apoio
social e na dinamização da economia local.
Ao
longo do último ano, o Governo empreendeu uma cruzada contra o Poder Local
Democrático ao nível das Freguesias e no plano municipal. A pretexto do
cumprimento do memorado assinado com a troika, sob a capa do Livro Verde, a
maioria PSD/CDS desenvolveu um discurso e uma prática de ataque aberto aos
autarcas e às autarquias como se estes fossem os primeiros responsáveis pela
situação financeira do País.
Os
autarcas nunca se colocaram fora do esforço nacional que o País tem de realizar
para a consolidação das contas públicas e para o cumprimento das metas
assumidas pelo Estado português.
O
PS e os autarcas socialistas sempre defenderam a necessidade dos ajustamentos
serem concretizados tendo presente a realidade do país e os impactos directos
ou indirectos na vida das populações.
O
PS manifestou-se disponível para contribuir para a reforma da Administração
Local, mas o PSD e o CDS resolveram seguir um caminho próprio, sem envolver o
PS, através do anúncio público do Documento Verde da Reforma da Administração
Local “Uma Reforma de Gestão, uma Reforma de Território e uma Reforma
Política”.
O
PS e os Autarcas Socialistas manifestaram a sua oposição clara e inequívoca à
leizinha de extinção das Freguesias, por ser uma iniciativa esboçada no
Terreiro do Paço, sem qualquer noção da diversidade do país.
O
PS e os Autarcas Socialistas manifestaram a sua oposição clara e inequívoca à
Lei dos Compromissos por ser uma iniciativa que, sob a capa da introdução de
mais rigor financeiro e orçamental, se constituir num fortíssimo bloqueio da
acção das autarquias na prestação de serviços essenciais às populações.
O
PS e os Autarcas Socialistas sempre manifestaram disponibilidade para alterar a
lei eleitoral para as Autarquias no sentido de assegurar a formação de
executivos municipais homogéneos, mais coerentes e eficazes, e,
simultaneamente, uma democracia local mais efectiva, designadamente através do
reforço das competências das assembleias municipais. Os partidos da maioria
absoluta não se entenderam e o PSD perdeu a vontade de reformar numa matéria em
que são exigidos 2/3 para a sua aprovação na Assembleia da República.
Os
Autarcas Socialistas reafirmam a sua oposição às medidas que contribuem para o
bloqueio e a asfixia do funcionamento das Autarquias Locais que, em nada
contribuem para o esforço de consolidação das contas públicas, que violam a
autonomia do Poder Local e colocam tecnocratas a condicionar a acção dos
eleitos que resultam da expressão democrática da vontade dos cidadãos.
Por
todo o País, as populações têm sido sujeitas às consequências dos cortes cegos
e das medidas da austeridade custe o que custar do Governo PSD/CDS, com o
encerramento de serviços e representações da Administração Central; com a
redução das condições de acesso à saúde, à educação e à justiça; com os
esquartejar do território com soluções de organização das quais não resultam
melhores serviços nem poupanças relevantes e com uma fortíssima limitação às
possibilidades das autarquias continuarem a desenvolver as iniciativas próprias
ou em substituição
do Governo na educação, na saúde, no apoio às respostas sociais,
no apoio à actividade económica, na administração interna, na protecção civil e
na cultura.
Ao
fim de um ano, os resultados da receita de austeridade do Governo no desemprego,
na dívida pública, na economia e na execução orçamental permitem-nos questionar
o sentido dos cortes cegos nas autarquias e dos bloqueios da lei dos
compromissos, por exemplo, para assegurar os transportes ou as refeições
escolares, quando o Governo comprometido com um défice de 4,5% consegue em 2012
um défice de 6,6%.
Os
Autarcas Socialistas, comprometidos com a prestação de serviços de proximidade
às populações e confrontados com as dificuldades diárias dos cidadãos que lhes
batem à porta em estado de desespero manifestam uma profunda preocupação pelos
sinais de fractura social resultantes das políticas do governo e a incapacidade
para corresponder às inúmeras solicitações das populações.
O
Governo desistiu de cumprir as suas responsabilidades e quer que as Autarquias
também abandonem as populações. Com sentido de responsabilidade, com procura da
sustentabilidade das soluções e com disponibilidade para contribuir para a
consolidação das contas públicas, os Autarcas Socialistas reafirmam que não
abandonam as populações e tudo farão para garantir padrões de dignidade aos seus
cidadãos no acesso à educação, à saúde e à justiça. Custe o que custar.
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